“Está com tempo?”, brinca Viviane Ruskowski quando fala sobre sua trajetória. De fato, esta porto-alegrense já fez muita coisa. Formada em direito, foi para a Austrália estudar gastronomia, sua paixão. O conhecimento adquirido longe de casa propiciou a abertura do Butcher Burguer, hamburgueria que chegou a ter cinco lojas na capital gaúcha e tinha a inclusão de consumidores e trabalhadores LGBTQIA+ como bandeira. Em 2022, após cinco anos à frente do negócio, vendeu a marca, mas seguiu empreendendo com o Travessa Pizza Bar. “Ajudamos a criar o movimento cultural que existe hoje na Travessa dos Venezianos”, orgulha-se. Apesar do sucesso como empreendedora, Viviane recentemente se descobriu na área do marketing digital, trabalhando, principalmente, com influencers. É também consultora empresarial e palestrante – já foi, inclusive, speaker do TedX.
Viviane hoje vive em Novo Hamburgo, devido ao trabalho de sua esposa, mas segue com muitos vínculos de amizade e negócios na capital. “Sou apaixonada por Porto Alegre, é uma cidade que permite a gente se reinventar. Tem uma diversidade cultural que proporciona tudo aquilo que tu queres fazer naquele dia. Se acorda querendo rock, tem rock pra curtir. Se quer curtir samba, tem samba. Quero mostrar nesse roteiro como Porto Alegre é inclusiva”.
Samba, arquitetura e gastronomia na Escadaria da Borges
“Começo esse roteiro falando do lugar que mais gosto de levar aquele amigo que veio conhecer a cidade, o Centro Histórico. É lá que consigo mostrar que Porto Alegre é inclusiva e tem arte, cultura e gastronomia em um só lugar. Mais especificamente estou falando do Samba da Escadaria, que acontece todas as terças no Viaduto Otávio Rocha, uma obra de 1932, tombada pelo patrimônio histórico, que conta com quatro escadarias em que há diversos bares e até um teatro. Ali tu vais ter um contato com a arquitetura do Centro Histórico, com a cultura do samba e com a gastronomia, porque os botecos da escadaria têm comidinhas deliciosas. O samba começa pontualmente às 19h e termina às 22h, mantendo a cordialidade com a vizinhança. Para comer, uma boa pedida é o bar JUSTO, que como o nome diz é o lugar mais justo para poupar seu dinheiro, porque oferece cerveja e pizzas artesanais, sanduíches com uma qualidade incrível, sem um custo alto. Ele reúne diferentes tribos, a galera do skate, alternativa, o público LGBTQIA+. Depois de ter curtido o samba e o Justo, tu ainda podes subir no topo da escadaria e fazer aquela foto instagramável com a luz noturna que só Porto Alegre tem”
Feira orgânica e lanche no entorno da Redenção
“Não existe um roteiro de final de semana em Porto Alegre que não inclua um de seus parques. A minha dica é o Parque Farroupilha (Redenção), mas não apenas ele como o seu entorno. Todo sábado pela manhã tem duas feiras orgânicas ao lado do parque, com seus cheiros, cores e sabores. Uma ótima experiência a cada barraquinha, no contato direto com o produtor. Também no entorno da Redenção, a gente tem a Lancheria do Parque, a ‘lanchéra’ – como dizem os porto-alegrenses – mais tradicional da cidade. Ela tem um preço acessível, é extremamente inclusiva e seus lanches tem um sabor que evocam a nostalgia da infância em qualquer jovem adulto. A Lancheria do Parque é também um ponto de encontro com a cultura porto-alegrense, o lugar ideal para conhecer todas as entonações de um ‘baaaah’”
Almoço sem frescura na Cidade Baixa
“Para finalizar esse roteiro, a gente tem a melhor churrascaria de Porto Alegre, a Giovanaz. Sem muita frescura, sem muita elegância, mas com a melhor carne servida na mesa, a um preço justíssimo. Eu indico que aos domingos que tu faças a refeição tradicional do porto-alegrense. A Giovanaz conta com formato rodízio, os pratos vêm à mesa, e a estrela realmente é a carne, além do vinagrete, da salada de batata, e da polentinha frita. Tu podes ter certeza que lá tu vais comer os melhores cortes, no melhor ponto de carne que tu vai ter da cidade. Muito próximo da Giovanaz, outra ótima opção de uma comida simples, mas deliciosa é o A la minuta da Terezinha. Conhecido como PF em outras regiões do país, à la minuta é como chamamos o prato com bife, arroz, feijão, batatas fritas, ovo frito e salada. Melhor combinação não há e na Terezinha é tudo feito como se fosse em casa. A batata frita “de verdade”, sem ser descongelada, e o farto buffet de saladas se destacam. O preço é bastante acessível”
