Você prefere o livro ou o filme? As adaptações cinematográficas de obras literárias costumam gerar opiniões divergentes: alguns preferem a versão escrita, enquanto outros acreditam que a história ganhou mais vida na tela. No entanto, em certos casos, essa fusão entre linguagens funciona perfeitamente, criando uma sintonia entre livro e filme que encanta tanto leitores quanto cinéfilos.
Na programação Adaptação: entre a Literatura e o Cinema, o professor de literatura e escritor Pedro Gonzaga e o jornalista e crítico de cinema Roger Lerina discutem com o público as semelhanças e diferenças que conectam e distanciam essas duas formas de narrativa. Em sua 5ª temporada, o projeto convida o público a embarcar em uma jornada por mundos distópicos, estabelecendo conexões com o presente e refletindo sobre nossas percepções do futuro.
No terceiro encontro da temporada, a obra escolhida é O Eternauta, HQ de ficção científica publicada entre 1957 e 1959, escrita por Héctor Germán Oesterheld e ilustrada por Francisco Solano López. A trama acompanha Juan Salvo, um homem comum que lidera um grupo de sobreviventes em uma Buenos Aires coberta por uma nevasca tóxica — o prenúncio de uma invasão alienígena. Com forte carga simbólica, a obra tornou-se um marco da crítica social e política latino-americana.
Mais de seis décadas depois, O Eternauta ganhou nova vida na adaptação da Netflix, lançada em abril de 2025. Criada e dirigida por Bruno Stagnaro e estrelada por Ricardo Darín, a série transporta a história para a Buenos Aires atual. Juan Salvo é agora um ex-combatente das Malvinas que, em meio ao colapso da cidade, tenta reencontrar a filha desaparecida. Ao longo de seis episódios, a produção combina ação, drama e crítica social, atualizando os dilemas da HQ para o mundo contemporâneo.
HQ e série compartilham temas centrais como o colapso do cotidiano, a solidariedade e a resistência diante do inimigo invisível — questões que seguem relevantes. No encontro, os convidados discutem o que se transforma na passagem dos quadrinhos para o audiovisual, refletindo sobre como distopias do passado ainda iluminam os desafios do presente.
• Para a experiência completa da programação, recomendamos que o público leia o livro, à venda no site da Amazon e Editora Pipoca e Nanquim, e/ou assista à série disponível na Netflix.
O Instituto Ling está empenhado em proporcionar uma experiência acessível e inclusiva a todos os seus visitantes. Esta programação oferece a possibilidade de contratação de intérprete de libras. Caso necessite do serviço, por favor sinalize no formulário de inscrição.
Sobre os debatedores:
Pedro Gonzaga é professor, tradutor, poeta e escritor. Doutor em literatura pela UFRGS, com diversas publicações em poesia e prosa, desenvolve há anos trabalhos com turmas de escrita criativa, voltadas para o público adulto. Atualmente é cronista dos jornais Zero Hora e O Estado de S. Paulo.
Roger Lerina é jornalista cultural, integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e atua como repórter e crítico de cinema no Canal Brasil. É editor do site www.rogerlerina.com.br, uma plataforma dedicada a notícias, artigos e vídeos sobre cinema, artes cênicas, música, artes visuais e eventos culturais.
Duração: 2h
Local: Auditório (50 lugares)
Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério da Cultura/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens.
PRONAC 233474
