Eduardo Severino Cia de Dança celebra seus 25 anos com o espetáculo De Gelo, um alerta para ritmo acelerado de derretimento de geleiras
A montagem estará no palco do CHC Santa Casa de 17 a 19 de julho, às 20h e foi contemplada no Edital de Incentivo à Novas Montagens CHC 2025
Entre as principais consequências do colapso das geleiras estão o risco de desabastecimento, o aumento de inundações e a elevação do nível do mar.De Gelo, espetáculo que comemora os 25 anos da Eduardo Severino Cia de Dança, ocorre de 17 a 19 de julho, no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa, sempre às 20h. No dia 17, após o espetáculo, a mestra em comunicação pesquisadora, pensadora e entusiasta de narrativas emergentes Luciana Bazanella conversa com o público sobre a desinformação climática, num bate-papo intitulado “Gelando em Palavras”. Eduardo Severino é um dos grandes nomes da dança no Sul do Brasil, consagrado em espetáculos premiados e participações em festivais pelo Brasil afora.
Em 2024, pelo terceiro ano consecutivo, todas as 19 regiões glaciais registraram perda líquida de massa, totalizando 450 bilhões de toneladas de gelo a menos. Cada milímetro expõe entre 200 mil e 300 mil pessoas a inundações anuais. Além de serem importantes para o abastecimento de água, as geleiras desempenham um papel essencial no equilíbrio térmico do planeta. Refletindo parte da radiação solar de volta ao espaço, o gelo ajuda a manter as temperaturas globais mais baixas. Com o derretimento acelerado, essa proteção natural se reduz, permitindo que mais calor fique retido na Terra e intensifique o aquecimento global. Novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que ritmo acelerado do degelo pode levar a uma reação em cadeia de impactos ao ecossistema e a comunidades de todo o mundo.
Imbuída de abordar esse assunto tão grave e refletir sobre conscientização e caminhos possíveis, a Eduardo Severino Cia de Dança criou este espetáculo que, a exemplo de outros, trata do aquecimento global. “Planetário” (2000), “Lixo, Lixo, Severino” (2002), Ykúà, o silenciar de um rio (2006), “Tempestade” (2009), “Linha de Convergência” (2010) e Manchas Urbanas (2014), já tratavam de temas como aquecimento global e algumas de suas consequências diretas, como a elevação do nível do mar, a partir do degelo das calotas polares, a perda de habitats e a urgência de ações para limitar futuros aumentos da temperatura o planeta. A partir da frase “homem como lobo do homem”, metáfora criada pelo filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 –1679), o assunto começou a ecoar na mente dos criadores. “Como o urso polar fica indefeso diante do aquecimento global, resultado direto da ação do homem. E ainda, como lobo de si mesmo, quantas consequências drásticas isso acarreta para o próprio homem” reflete Eduardo Severino.
Oito bailarinos de diferentes vertentes do Espaço n – Coletivo Criativo de Artes Múltiplas representam, ao mesmo tempo, o homem, o urso, o pinguim, o gelo que derrete. “A ideia é que, ao longo do espetáculo, estas imagens ocupem todo o palco até ser possível vislumbrar uma imensa geleira, apresentando alterações sutis a partir dos efeitos das ações do homem na destruição do planeta”, destaca o coreógrafo, diretor e bailarino. Um dos cenários do espetáculo contará com mudas de árvores de espécies nativas, que, após a temporada, serão plantadas como compensação de carbono.
Criada em 2000, a Eduardo Severino Cia de Dança tem em seu núcleo artístico Luciano Tavares e Mônica Dantas, Luka Ibarra na produção e criação de luz e, para este espetáculo, Driko Oliveira na direção artística do processo.
Ficha técnica
Direção: Eduardo Severino
Direção artística: Driko Oliveira
Intérprete-criador: Eduardo Severino
Elenco de apoio: Aléxia Chaves, Andi Goldenberg, Camila Wood, Luciana Bazanella, Luciano Benett, Du Pascal, Rafael Sky, Tami Melegari
Produção: Luka Ibarra / Lucida Desenvolvimento Cultural
Iluminação: Driko Oliveira
Trilha sonora e edição de vídeo: Sustain Produção
Fotografias: Nando Espinosa
Assessoria de Imprensa: Roberta Amaral
De Gelo – Eduardo Severino Cia de Dança
De 17 a 19 de julho, às 20h
CHC Santa Casa – Avenida Independência, 75 – Independência
Ingressos: R$25 a R$50
Antecipados na plataforma Sympla: sympla.com/chcsantacasa
*Bate-papo “Gelando em Palavras” com Luciana Bazanella
Dia 17 de julho, após o espetáculo
Sócia e co-fundadora da White Rabbit, Luciana é autora do livro “Reimaginação Radical: 5 lentes para vislumbrar os futuros que desejamos viver”. Ativista climática, nos últimos anos vem se aprofundando nas práticas decoloniais de pensamentos de futuros.
Lei Rouanet / Ministério da Cultura
Patrocinadores: Aché, Agrogen, Dorf Ketal e Grendene
Realização: CHC / Ministério da Cultura – BRASIL Governo Federal