De 14 de novembro a 14 de dezembro, o Instituto Ling apresenta Feraluz, instalação inédita do artista Leandro Lima, que transforma a fachada do espaço cultural em um território de passagem entre arquitetura e natureza. Partindo de um pensamento especulativo — e se o prédio do Instituto Ling sonhasse? —, o artista investiga o inconsciente da própria construção e as particularidades do espaço e do entorno que a cercam. A partir desse gesto imaginativo, Lima propõe uma inversão de perspectivas: a arquitetura, geralmente estática, parece ganhar vida e se deixar atravessar por uma paisagem onírica.
As janelas, em sua transparência, deixam-se habitar por um jardim que se expande em texturas e sombras, onde o ornamental se converte em selvagem e envolve o edifício como uma pele viva. A vegetação criada a partir de fotografias do entorno é manipulada digitalmente, revelando a poética do artista, que distorce e reconfigura a realidade como em um sonho. Assim, o edifício parece despertar uma natureza interior que se projeta para fora.
A mata redesenha o rigor geométrico da construção, contrapondo sua matemática precisa ao emaranhado orgânico do acaso. Criaturas invisíveis — aquelas que escavam túneis e redes subterrâneas — tornam-se presença sugerida, revelando uma paisagem que normalmente escapa ao olhar, mas que sustenta o equilíbrio do todo.
As aplicações que ocupam por completo a fachada atuam como filtros da luz solar, que recortam e colorem o espaço interno. Ao cair da noite, projeções programadas de luz artificial destacam outros detalhes, criando novas paisagens que se transformam com a efemeridade da fonte luminosa. Nesse jogo de dentro e fora, luz e sombra, a arquitetura é reconfigurada.
As imagens projetadas pelas plantas distorcem, recortam e colorem os espaços, acompanhando o movimento do sol durante o dia ou se reinventando com projeções artificiais ao cair da noite. Como se cada fragmento luminoso fosse uma linha de energia que escreve, continuamente, uma nova forma de habitar o espaço — um convite para olharmos de outra forma o que já está estabelecido no rigor geométrico.
A instalação será ativada na sexta-feira, dia 14 de novembro, às 19h, nos brises do Instituto Ling. A obra poderá ser vista até 14 de dezembro, com visitas livres de segunda a sábado, das 10h30 às 20h, e a possibilidade de visitas com mediação para grupos, mediante agendamento prévio e sem custo pelo site www.institutoling.org.br.
Foto: Gil Inoue
Mais sobre Leandro Lima
Nascido em 1976, vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Desde o final dos anos 1990, desenvolve, em parceria com Gisela Motta, um conjunto de obras sob a assinatura de Motta&Lima. Hoje é representado pela Galeria Vermelho. Foi recentemente contemplado por reconhecimento especial pelo Sfer_IK Museion Award 2023, México. Com Motta&Lima, recebeu a bolsa da Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA, e os prêmios 2º Prêmio Marcantonio Vilaça, 13º Prêmio Cultura Inglesa Festival e 8º Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia.
Dentre as exposições individuais de que participou, destacam-se “Relicário”, na Galeria Vermelho, em São Paulo; “Entreter”, no Farol Santander, em São Paulo; “Verso”, na Young Gallery, Los Angeles, EUA; “In.situ.ações”, Mamam no Pátio, Recife; e “Dial M for Murder”, no Centro Cultural Britânico, em São Paulo. Dentre as exposições coletivas, destacam-se a “Bienal do Mercosul”, em Porto Alegre; a “Bienal de Vancouver”, no Canadá; a “1ª Bienal Fin del Mundo”, em Ushuaia; a “10ª Bienal de Havana – Integração e Resistência na Era Global”, em Havana; a “Höhenrausch.2”, no OK_Centrum, em Linz; e a “Supertemporal – International Video art Today”, no Kulturhuset Museum, em Estocolmo.
Sobre o Kino Beat
Ao longo dos últimos 15 anos, o Kino Beat desenvolveu de forma gradual a sua identidade e os seus espaços de atuação. A marca surgiu em 2009, como Mostra Kino Beat de filmes relacionados à música. Em 2014, se consolidou como Festival Kino Beat, uma plataforma para investigação e fomento de artistas e ações ligadas principalmente ao universo da arte digital, música contemporânea e audiovisual ao vivo. Com oito edições realizadas em formato de festival, o Kino Beat deriva suas atividades de forma livre em relação a etimologia do seu próprio nome: KINO (movimento, imagem) BEAT (ritmo, som). E se posiciona como um festival de arte contemporânea, articulando a arte do seu tempo, independente da linguagem. Em 2020 foi premiado nas categorias de Inovação e Difusão e Destaque em Curadoria do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, completando em 2024 seus 15 anos de história.
O 10º Festival Kino Beat é viabilizado através da Lei Rouanet, apresentado pela Petrobras, conta com patrocínio da Blue Moon e Crown Embalagens. Apoio Internacional do British Council e Instituto Guimarães Rosa – Ano da Cultura Brasil/Reino Unido. O Festival conta com financiamento do Pró-Cultura RS – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do RS e Realização Ministério da Cultura – Governo Federal – Do lado do povo brasileiro.
Serviço
Feraluz – Instalação de Leandro Lima
Abertura dia 14 de novembro, sexta-feira, às 19h
Visitação até dia 14 de dezembro, de segunda a sábado, das 10h30 às 20h
Instituto Ling (Rua João Caetano, 440, Porto Alegre)
Entrada franca
Saiba mais em kinobeat.com
Informações úteis
www.facebook.com/InstitutoLing
www.instagram.com/Instituto.Ling
www.youtube.com/c/InstitutoLingCultural
Fone: 51 3533-5700
Email: instituto.ling@institutoling.org.br
Estacionamento: o Instituto Ling possui estacionamento pago com 30 vagas.
Bicicletários: há bicicletários gratuitos localizados dentro do estacionamento, com 16 vagas.
Acessibilidade: o prédio do Instituto Ling foi projetado para garantir conforto, segurança e autonomia, contando com acessibilidade física em todos seus ambientes e com uma equipe orientada para atender pessoas com deficiência. O centro cultural também disponibiliza conteúdos digitais com audiodescrição e tradução para Libras, contendo informações sobre o seu acervo permanente e projeto arquitetônico. A instituição ainda oferece medidas de acessibilidade para pessoas com deficiências em suas programações culturais e visitas mediadas, mediante solicitação prévia pelo e-mail instituto.ling@institutoling.org.br ou pelo whatsApp e telefone (51) 3533-5700.
Sobre o Instituto Ling
Criado e mantido pela família Ling há 30 anos, o Instituto Ling tem como missão promover o desenvolvimento humano e a evolução da sociedade através da disseminação de diferentes formas do conhecimento, da liberdade de pensamento, da valorização da cultura e da saúde. Na área da educação, desde a fundação auxilia jovens líderes a desenvolverem seus potenciais intelectuais e empreendedores através da concessão de bolsas de estudo para as melhores instituições do mundo. Com a abertura de seu centro cultural em Porto Alegre, em 2014, ampliou e solidificou sua atuação, firmando-o como referência na disseminação do conhecimento e provedor de serviços e produtos culturais diferenciados, com elevado padrão de qualidade e estética.
Na área da saúde, o Instituto Ling estabeleceu parceria com o Hospital Moinhos de Vento, em 2015, para a implantação de um centro de referência no tratamento do câncer em Porto Alegre, e, em 2023, para a concessão de bolsas de estudo para cursos de enfermagem; e com a Santa Casa de Misericórdia, em 2019, contribuindo para a construção do novo prédio do complexo hospitalar em Porto Alegre. Por ocasião das enchentes em maio de 2024, o Instituto Ling lançou o Reconstrói RS, iniciativa em parceria com Federasul e Instituto Cultural Floresta que apoia obras de reconstrução e ações para a retomada da economia nas comunidades atingidas.
A família Ling, mantenedora do instituto, é proprietária da holding company Évora. Presente em 11 países, o grupo empresarial produz e comercializa latas de alumínio para bebidas, não-tecidos de polipropileno (usados principalmente na produção de descartáveis higiênicos) e embalagens plásticas.
