O Instituto Ling recebe a artista Paty Wolff para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes da instituição. De 9 a 13 de junho, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação da nova obra, feita ao vivo durante o horário de funcionamento do centro cultural. Será possível observar o processo criativo, técnicas e movimentos durante a produção. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 9 de agosto, com entrada franca.
A atividade faz arte do projeto LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem, com curadoria de Paulo Henrique Silva, que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura do Centro-Oeste, trazendo artistas visuais da região para desenvolverem obras inéditas no centro cultural.
Quando as fronteiras se dissolvem
Quando a linha do horizonte se desloca e as fronteiras deixam de pertencer aos mapas oficiais, emerge um campo múltiplo de vozes, imagens e gestos. Não há centro imóvel nem periferia silenciosa; existe, sim, um circuito de narrativas poéticas em constante movimento, uma paisagem de caminhos que se cruzam e ressoam. Ao valorizar a heterogeneidade, o projeto Ling Apresenta faz florescer uma cartografia viva, na qual cada região do país se liberta da rigidez hierárquica e cria pontos de contato entre si. Dessa forma, não se legitima um único lugar de fala, mas uma polifonia que insiste em modos alternativos de perceber e habitar o mundo.
A arte contemporânea brasileira, por si só, desfaz ideias de um plano cartográfico hegemônico ao redefinir as relações entre regional e nacional, local e global, periferia e centro. Artistas que vivem e trabalham em Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás, mesmo diante de delimitações políticas, econômicas e geográficas, persistem em estabelecer diálogos com as grandes metrópoles. Assim, projetam suas carreiras em âmbito nacional e internacional, comprovando que a distância não impede a potência criativa.
A seleção de artistas apresentada propõe um olhar para um território que, embora geograficamente seja o centro do país, permanece à margem de políticas expressivas de fomento à arte contemporânea. Quando comparado à Região Sudeste, o Planalto Central converte-se em uma espécie de limbo. No entanto, compreender a produção artística do Centro-Oeste como um dos eixos da arte brasileira exige reconhecer que transformações sociais, políticas e econômicas superaram o antigo paradigma de periferia em estado de inferioridade.
O imaginário do exótico, outrora associado às criações fora do eixo Rio-São Paulo, agora atrai atenção para a arte produzida no Planalto Central. Os artistas escolhidos para esta edição do projeto Ling Apresenta colaboram para construir uma história da arte horizontal, em que periferias e centros aparecem no mesmo mapa, reforçando a pluralidade de vozes que compõem o cenário nacional.
Paulo Henrique Silva
Curador
Sobre a artista:
PATY WOLFF (Cacoal, Rondônia, 1989)
Paty Wolff é artista visual, escritora e mestre em Geografia. Com uma produção multifacetada, trabalha relações étnico raciais, memória, identidade, ancestralidade e diáspora em uma perspectiva contra colonial. Transita por diversas linguagens artísticas como pintura, desenho, ilustração, escultura, cerâmica e escrita da palavra. Participa de exposições coletivas desde 2016, com destaque para Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil (SP, BH, RJ e BA) e Funk: um grito de ousadia e liberdade, no Museu de Arte do Rio (2023). Em 2022, foi indicada ao Prêmio Jabuti com o livro Como pássaros no céu de Aruanda (Editora Entrelinhas), também é autora de Azul Haiti e Thehcitura. Paty Wolff é uma das artistas indicadas ao Prêmio PIPA de 2025. Vive e trabalha em Cuiabá/ MT.
Sobre o curador:
Paulo Henrique Silva (Anápolis, Goiás)
Paulo Henrique Silva foi aluno e professor na Escola de Artes Oswaldo Verano, mantida pela Prefeitura de Anápolis (GO), e graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Desde 2004, dedica-se à curadoria, com foco no estudo e na pesquisa da arte contemporânea produzida na Região Centro-Oeste do Brasil. Projetos recentes incluem as mostras Entre Acervos, Dialetos 1 e 2, Novas Aquisições, Um Acervo em Construção, Fotografia no Acervo do Mapa, Conversas – resistência e convergência e Vozes do Silêncio. Foi curador em mais de onze edições do Salão Anapolino de Arte e tem contribuído significativamente para a ampliação do acervo do MAPA e o fortalecimento da arte contemporânea no interior do Brasil. De 2020 a 2024, foi responsável pela Coordenação do Fundo Municipal de Cultura e Editais, Curadoria e Gestão do MAPA e da Galeria de Artes Antônio Sibasolly, em Anápolis.
Informações
www.facebook.com/InstitutoLing
www.instagram.com/Instituto.Ling
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Fone: 51 3533-5700
Email: instituto.ling@institutoling.org.br
Estacionamento: o Instituto Ling possui estacionamento pago com 30 vagas.
Bicicletários: há bicicletários gratuitos localizados dentro do estacionamento, com 16 vagas.
Acessibilidade: o prédio do Instituto Ling foi projetado para garantir conforto, segurança e autonomia, contando com acessibilidade física em todos seus ambientes e com uma equipe orientada para atender pessoas com deficiência. O centro cultural também disponibiliza conteúdos digitais com audiodescrição e tradução para Libras, contendo informações sobre o seu acervo permanente e projeto arquitetônico. A instituição ainda oferece medidas de acessibilidade para pessoas com deficiências em suas programações culturais e visitas mediadas, mediante solicitação prévia pelo e-mail instituto.ling@institutoling.org.br ou pelo whatsApp e telefone (51) 3533-5700.
Sobre o Instituto Ling
Criado e mantido pela família Ling desde 1995, o Instituto Ling tem como missão promover o desenvolvimento humano e a evolução da sociedade através da disseminação de diferentes formas do conhecimento, da liberdade de pensamento, da valorização da cultura e da saúde. Na área da educação, desde a fundação auxilia jovens líderes a desenvolverem seus potenciais intelectuais e empreendedores através da concessão de bolsas de estudo para as melhores instituições do mundo. Com a abertura de seu centro cultural em Porto Alegre, em 2014, ampliou e solidificou sua atuação, firmando-o como referência na disseminação do conhecimento e provedor de serviços e produtos culturais diferenciados, com elevado padrão de qualidade e estética.
Na área da saúde, o Instituto Ling estabeleceu parceria com o Hospital Moinhos de Vento, em 2015, para a implantação de um centro de referência no tratamento do câncer em Porto Alegre, e, em 2023, para a concessão de bolsas de estudo para cursos de enfermagem; e com a Santa Casa de Misericórdia, em 2019, contribuindo para a construção do novo prédio do complexo hospitalar em Porto Alegre. Por ocasião das enchentes em maio de 2024, o Instituto Ling lançou o Reconstrói RS, iniciativa em parceria com Federasul e
Instituto Cultural Floresta que apoia obras de reconstrução e ações para a retomada da economia nas comunidades atingidas.
A família Ling, mantenedora do instituto, é proprietária da holding company Évora. Presente em 13 países, o grupo empresarial produz e comercializa latas de alumínio para bebidas, não-tecidos de polipropileno (usados principalmente na produção de descartáveis higiênicos) e embalagens plásticas.
