“É a cidade em que eu nasci para viver”, assim o carioca Wayner Bechelli define Porto Alegre. Ele deixou o Rio aos cinco anos de idade, cresceu em São Leopoldo, mas se apaixonou por Porto Alegre, onde vive há dezoito anos. Na capital gaúcha, o trabalho como publicitário pavimentou o caminho para se tornar empreendedor. “Eu fiz a gestão de projetos bem grandes, como inaugurações de estádios e shows”. A experiência acumulada fez com que fundasse primeiro a Black Sheep Project, que trabalha com projetos culturais, como a Travessa Passarinho, rua que ganhou doze murais com homenagem ao poeta Mario Quintana. Wayner também é fundador da Quarto Poa, empresa que começou como uma rede social para mostrar o que acontecia na região do 4° Distrito e que hoje realiza ações de experiência com o público. ”Trabalhamos com a articulação de empreendedores locais, desenvolvendo a região e criando projetos em comum”, explica Wayner.
Inovação no Instituto Caldeira e happy hour no Alcabar
“Durante a semana, um roteiro legal no 4° Distrito é ir a um evento no Instituto Caldeira para conhecer centenas de empresas e pessoas. O instituto é um hub de inovação que conecta empreendedores, universidades e poder público. Eles fazem muitos eventos gratuitos e também é possível agendar um tour por lá. Então, eu iria ao Instituto Caldeira e trabalharia de lá, depois iria tomar um chope no Alcabar Alcapone – Bar da Fabrica, que é uma das melhores cervejarias de Porto Alegre. Fica bem ao lado, dá para ir caminhando. No Alcabar, sou apaixonado pela APA deles. É uma cerveja equilibrada, ela tem um amargor um pouquinho menor”.
O Alcabar e o Caldeira têm uma característica em comum: ocupam antigas fábricas. O instituto, inclusive, foi batizado em alusão às caldeiras importadas da Europa por AJ Renner na década de 1920, que ainda adornam sua sede. “Esse ambiente fabril é a cara do 4° Distrito. Eu acho que combina com esse lado empreendedor. A economia criativa nasce muitas vezes sem dinheiro e se adapta a esse tipo de ambiente de forma perfeita, um ambiente que não tem muita frescura”. 
Um café ou brunch na Duque
“A Rua Duque de Caxias, com seus casarões históricos, na parte alta do Centro de Porto Alegre, é também uma ótima opção para um café ou um brunch. Eu gosto muito de comprar na Pão & Maria Padaria Artesanal, uma padaria que também serve alguns lanches. Compro semanalmente o pão artesanal de nozes ou o pão integral de sementes. Outro local que tenho frequentado bastante é a Moa Cafeteria, uma cafeteria em que tudo é feito por mulheres. É um local super tranquilo de trabalhar, tomar um cafezinho, comer um brunch no final de semana. Elas trabalham com comidas sazonais, ou seja, desenvolvem um novo prato e ele fica no cardápio por apenas algumas semanas. Além dos cafés, a Duque também respira muita história em locais como Palácio Piratini, Solar dos Câmara, Museu Julio de Castilhos e Pinacoteca Ruben Berta. Eu sou muito fã de centros. Quando visito cidades pelo mundo, eu gosto de ficar ou na região do centro ou próximo. É um local que tu consegue ter experiências que mostram a cultura daquela região. Tem muitas coisas feitas por pessoas de verdade, com um trabalho artesanal, mais cuidadoso, um pouco das raízes do local” 
Passeio de Kombi e filé no Ofertório
“O Ofertório é um local que recomendo para ir com amigos ou família. É super acolhedor, os donos, Andrea e Rodrigo, estão sempre por lá. Em um conjunto de três casas geminadas no 4° Distrito eles fizeram o restaurante na do meio e cada um morava numa das casas ao lado. O restaurante tem um ambiente colorido, cheio de flores. A Andrea gosta muito de corações, então há muitos quadros com corações, e o Rodrigo adora kombis, por isso há muitas kombis em miniatura. E ele tem um kombi amarela com a qual, à noite, faz um passeio com quem está no restaurante, passando em frente aos bares da região. Ele começou fazendo porque um dia uma cliente pediu para dar uma volta. Agora as pessoas chegam lá perguntando pelo passeio. Para comer, eu curto muito os filés de lá. Para mim, o carro chefe é o filé ao molho de queijo” 
Imersão cultural na Travessa Passarinho
“Na Travessa Passarinho a gente fez uma parceria que deu muito certo com a Prefeitura e a iniciativa privada. A ideia ali foi contar, em forma de murais, alguns poemas do Mário Quintana. Foram doze artistas, cada um deles pegou uma poesia e adaptou a seu olhar, a sua identidade artística. Eu recomendo visitar a Casa de Cultura Mario Quintana, porque lá tem muito sobre a história do poeta, depois atravessar a rua e ir até a Travessa Passarinha para ver essas histórias sendo recriadas pelos artistas. Depois, curtir também o térreo da Casa de Cultura, que tem de tudo: livraria, café, restaurante e uma cinemateca. Na Livraria Taverna comprar um livro do Mário para ler sentado na LUCIAMARIA Cafés de Origem, que tem cafés especiais incríveis. Depois dá para ir ao restaurante Térreo CCMQ e à Cinemateca Paulo Amorim – Espaço Banrisul de Cinema , que passa filmes que não vão para as salas de cinema comerciais”.