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julho, 2025

O Porto mais roqueiro do Brasil

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Atualizado em 12/07/2025
(Crédito: Divulgação/SMC)
(Crédito: Divulgação/SMC)

Entre as diversas manifestações culturais de Porto Alegre, historicamente o rock ocupa um papel fundamental, constituindo parte da própria identidade da cidade. Neste Dia Mundial do Rock, vamos sair em turnê pela própria Capital. Seja na Vila do IAPI, onde as guitarras se fizeram ouvir com força pela primeira vez, na efervescência cultural da Osvaldo Aranha, que reunia todas as estéticas e todos os estilos, ou na esquina do Garagem Hermética, ponto fundamental da cena underground, não por acaso, o “rock gaúcho” passou a ser uma marca e um movimento conhecido em todo o Brasil. Ele segue vivo – e soando alto.

Vila do IAPI, o berço do rock porto-alegrense

A gênese do rock gaúcho se deu na vila operária do IAPI. Foi lá que nasceu a pimentinha Elis Regina, cujo primeiro disco  “Viva a Brotolândia” era dedicado ao gênero. Mas, espera, não é disso que estamos falando. Foi no IAPI que os irmãos Mimi e Marcos Lessa, mais Fughetti Luz, Pecos Pássaro e Edinho Espíndola fundaram a banda Liverpool, nos anos 1960. Os guris ensaiavam no clube de funcionários da fábrica de talheres Zivi Hércules e fizeram seus primeiros shows no Sindicato dos Metalúrgicos. Em 1969, a banda ganhou projeção nacional ao participar do Festival Internacional da Canção da TV Globo, com a música “Por favor, sucesso”. Nos anos 70, seus integrantes fundaram a Bixo da Seda, outra banda influente na formação do que se conheceria como rock gaúcho. Nos anos 80, por influência de Fughetti Luz, nasce outra grande banda na vila operária, a Bandaliera, liderada por Alemão Ronaldo e autora de grandes hits, como “Campo Minado”. Inaugurada em 1953, pelo então presidente Getúlio Vargas, a Vila do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários) foi criada para abrigar trabalhadores da indústria em um conjunto arquitetônico com 2,5 mil moradias. Se o rock virou febre entre os garotos da working class na Inglaterra, em Porto Alegre não foi diferente. 

Osvaldo Aranha, terra sagrada de todas as tribos

Dos anos 1970 até a virada do século, o bairro Bom Fim se tornou o epicentro da vida noturna em Porto Alegre. E a avenida Osvaldo Aranha, uma espécie de caldeirão cultural que reunia todas as tribos do rock: punks, góticos e metaleiros, além dos sobreviventes da época hippie e os pioneiros do rap, passavam em revista o trajeto do túnel da Conceição até a Ramiro Barcellos. Também universitários, artistas, escritores, enfim, pessoas de todas as camadas sociais e com interesses variados, aproveitavam para curtir a efervescência cultural da avenida que ficou imortalizada na música “Amigo Punk”, da Graforréia Xilarmônica. Um dos pontos de encontro que desenvolveu sua própria mitologia foi o Bar Escaler, junto à Redenção, que ao ar livre vendia cerveja gelada e reunia toda a fauna do bairro, além de realizar shows sob o céu de blues de Porto Alegre – em 1988, cerca de 8 mil pessoas assistiram a uma apresentação de Bebeto Alves. Outro destino obrigatório era o Bar João, conhecido por suas mesas de sinuca e suas prateleiras repletas dos mais variados (e alguns até temidos) sabores de cachaça, que teve papel fundamental na formação de muitas bandas do rock pesado gaúcho. Hoje, esses lugares sagrados da contracultura porto-alegrense não existem mais, mas o espírito daquele Bom Fim caótico e vanguardista resiste em lugares que também fizeram parte daquela história, como o Bar Ocidente, que revelou conjuntos que marcaram época (como Os Replicantes, De Falla, Cascavelletes, TNT e Graforréia Xilarmônica), depois tornou-se discoteca e hoje é um dos principais patrimônios culturais da cidade, bem como a Lancheria do Parque, antigo reduto roqueiro que atualmente, entre uma jarra de suco e um xis-coração, mantém uma forte relação afetiva com porto-alegrenses de todos os estilos.

Independência com Barros Cassal, a esquina mais roqueira de Porto Alegre

Uma localização fundamental para o rock gaúcho na virada dos anos 1990 para os 2000. Fundado em 1992, o Garagem Hermética, como o nome sugere, tinha a estética de um local escuro e apertado, típico da cena underground. Por lá, passaram bandas e artistas como Replicantes, Ultramen, Júpiter Maçã e Graforréia Xilarmônica. A casa noturna fechou as portas em 2013. Ao lado do Garagem, em um casarão histórico, os integrantes da Cachorro Grande mantinham um estúdio, batizado de Fun House, em homenagem a um disco homônimo da banda The Stooges, de Iggy Pop. Para pagar as contas, eles faziam festas que tinham como trilha sonora o rock psicodélico dos anos 60. Não era difícil cruzar naquela esquina com jovens usando ternos ou vestido de bolinhas. Para quem ia ao Garagem ou à Fun House, havia uma parada obrigatória: o Bambu’s. Era só um singelo boteco, que servia cerveja e pastéis, com os próprios donos, Sid e Ana, atrás do balcão. Mas também era muito mais que isso: um ponto de encontro que selou amizades, namoros, discussões acaloradas, surgimento de bandas e parcerias musicais. O bar fechou em 2020, durante a pandemia. 


Onde ainda soam as guitarras

Como aconteceu ao longo de sua história, o rock resiste. E em Porto Alegre não é diferente. Para aqueles que amam linhas de baixo e solos de guitarra, não faltam opções. Criado em 1983, época de esplendor da cena porto-alegrense, e considerada uma das mais importantes casas de shows do sul do país, o Opinião conta com uma agenda eclética na qual o rock continua ocupando papel fundamental, inclusive com a presença de artistas internacionais. Também em meio à boemia da Cidade Baixa, com 15 anos de história, está o Divina Comédia, referência na agenda roqueira de Porto Alegre, que leva para seu palco projetos autorais e bandas covers. Para quem gosta de uma pegada mais clássica, a rede Hard Rock Café oferece shows ao vivo acompanhados da típica culinária norte-americana. No 4º Distrito, seguindo o caminho da contracultura, o Gravador Pub nasceu para ser um lugar de resistência musical e cultural, tendo recebido, desde 2016, inúmeras apresentações nacionais e internacionais, além de saraus, lançamentos de livros e exibições audiovisuais. E, para mostrar como o rock está em constante renovação, o Sixteen Station, inaugurado há três anos, oferece gastronomia diferenciada, drinks elaborados e, é claro, rock da melhor qualidade, em alto e bom som.

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