Uma das mais antigas da cidade, a Rua Fernando Machado encanta pelo aspecto residencial e causa curiosidade pelos mistérios.
A capital dos gaúchos é repleta de histórias que se entrelaçam nas estreitas ruas do Centro Histórico. Entre esses caminhos pitorescos, tu vai te surpreender com a Rua Coronel Fernando Machado, antes conhecida como Rua do Arvoredo. Ali fica a Praça Padre Gregório de Nadal, onde tu encontra 12 lindas figueiras enfileiradas. A via é uma das primeiras que se formaram em Porto Alegre e fica atrás de outra bem importante, a Rua Duque de Caxias, onde está o Palácio Piratini (que é a sede do Governo do Estado) e a Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Quem passa por ela hoje, se depara com a tranquilidade e a beleza dos sobradinhos com sacadas e janelas coloridas, nem imagina que ali foi cenário de crimes tri macabros.
O famoso crime da Rua do Arvoredo
Entre 1863 e 1864, o bairro foi impactado por um mistério, que se revelou em uma das mais sinistras histórias de serial killer do Brasil. Relatos dão conta de que um casal matava e esquartejava pessoas em um casarão localizado na Rua do Arvoredo e depois enviavam os pedaços dos corpos para um açougue. A carne virava linguiça e era vendida para a alta sociedade de Porto Alegre, em um caso de “canibalismo passivo”. A história já foi contada em livros, como “Canibais: paixão e morte na rua do Arvoredo”, de David Coimbra, e “O maior crime da terra”, de Décio Freitas. O título da última obra seria a reprodução da manchete de um jornal francês, na época dos fatos. Até hoje, a história causa comoção e repulsa. Todo o enredo é marcado por falta de registros que garantam que tudo isso realmente aconteceu, mas a história segue viva pelas ruas de Porto Alegre. Um bom lugar para saber mais sobre esse e outros mistérios da capital gaúcha é o Café Mal Assombrado – localizado, não por acaso, nesta mesma rua. A casa onde aconteceram os crimes também é um grande mistério, já que não há registros confiáveis do número do imóvel.
Uma escadaria colorida
Depois de ler uma história de arrepiar o vivente, é até estranho a gente fala sobre um ponto simpático e colorido que liga as ruas Fernando Machado e Duque de Caxias. Mas esse também é um dos charmes do Centro Histórico de Porto Alegre. Inaugurada em 1929, a escadaria da rua João Manoel era o ponto de encontro dos apaixonados no início do século 20 e também funcionava como um mirante para apreciar a vista do Guaíba – coisa que hoje não é mais possível, já que a região foi aterrada e construída. O local é tombado como patrimônio histórico de Porto Alegre e tem um ar meio bucólico, cercada por prédios, cujas portas dão direto nos degraus. A escadaria foi revitalizada em 2018 e recebeu ilustrações do artista e grafiteiro Celo Paix.