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fevereiro, 2024

Navegantes: a festa da padroeira afetiva

Dia de feriado tem procissão e festa que é patrimônio imaterial da cidade, na zona norte.
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Atualizado em 02/02/2024
Foto: Pedro PIegas/PMPA

À beira do lago (por muitos conhecido como rio) Guaíba, a cidade de Porto Alegre tem como padroeira afetiva Nossa Senhora dos Navegantes. Dia 2 de fevereiro é feriado municipal por aqui. Nesta data, a capital dos gaúchos faz uma pausa para celebrar sua maior festa religiosa, realizada há 149 anos, que é patrimônio imaterial do município. Dezenas de milhares de pessoas tomam as ruas em demonstrações de fé, fazem homenagens, agradecimentos e pedidos, e também participam da procissão.

Foto: Pedro PIegas/PMPA

Peregrinação começa em janeiro

Os festejos começam ainda em janeiro, com uma missa cedinho da manhã, no Santuário Nossa Senhora dos Navegantes. Depois, a santa é levada em uma carreata para o Cais do Porto. A imagem embarca no barco turístico Cisne Branco e navega pelo Guaíba até a comunidade de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada. Para participar desta peregrinação é preciso se inscrever e doar 1kg de alimento. Nos dias seguintes, a imagem segue até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro Histórico, onde fica até a data da festa. 

Foto: Maria Ana Krack/ PMPA

Dia de festa e procissão 

A grande celebração do dia 2 de fevereiro inicia com uma missa às 7h, na Igreja do Rosário. O traslado da imagem e a procissão ocorrem na sequência, às 8h, passando pelas avenidas Mauá e Castelo Branco até a chegada ao Santuário, localizado na zona norte, onde ocorre uma missa ao ar livre às 10h30. No local, há presença de ambulantes e bancas de alimentação e artigos religiosos como terços, santinhos, imagens e velas. A programação dura o dia todo com encerramento da festa previsto para às 19h. Ao mesmo tempo em que a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é carregada pelas vias da cidade, acontece a procissão paralela e não-oficial no Guaíba, com a adesão de embarcações turísticas e particulares.

Foto: Alex Rocha/PMPA

Nasce uma padroeira

Nossa Senhora dos Navegantes é a padroeira afetiva da capital, ou seja, foi escolhida pela comunidade para proteger a cidade. A devoção é uma herança dos casais açorianos que fundaram Porto Alegre. Foram eles os responsáveis por voltar a Portugal e encomendar a estátua ao escultor João A. Fonseca Lapa. Quando a imagem de Nossa Senhora chegou aqui, em 1871, foi realizada a primeira festa com procissão. O município tinha pouco mais de 40 mil habitantes na época. O atual reitor do Santuário, Padre Remi Maldaner, afirma que Porto Alegre foi crescendo sob a proteção da padroeira. Em 1910, o local foi destruído por um grande incêndio e o escultor português fez então uma réplica da estátua que segue na igreja até hoje. As demonstrações de fé e louvor à padroeira que protege os pescadores e marinheiros em suas jornadas pelos mares ou pelo Guaíba se tornaram tradição na capital gaúcha.

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Fé e união

Quem percorre o trajeto entre o Centro Histórico e a zona norte vê muitos devotos usando branco e azul, são as cores de Nossa Senhora. Também é possível presenciar demonstrações de fé mais impactantes, como as crianças vestidas de anjo e aqueles que fazem o percurso com os pés descalços sobre o asfalto quente. Outra tradição, que nasceu nas primeiras edições, é a dos remadores devotos da santa que carregam barco de madeira com a imagem vinda de Portugal pelos 6km da procissão. Hoje poucos são praticantes das remadas, mas o nome do grupo permanece. Mais de 100 pessoas, entre homens e mulheres, levam nos ombros as centenas de quilos do andor em um sistema de revezamento.

Foto: Pedro Piegas/PMPA

Há espaço para todos

Desde 2023, o feriado de 2 de fevereiro na capital também celebra Iemanjá. Na tradição iorubá, ela é a rainha das águas e a figura materna que une todas as pessoas. Esse sincretismo entre as religiões de matriz africana e o catolicismo nasceu por pura necessidade na época da escravatura, explica Marcus Siqueira, sacerdote de Umbanda. Os negros associaram seus orixás aos santos católicos para poder seguir professando a fé que eram proibidos de manifestar. O Padre Remi diz que é um “sinal forte de que todas as religiões podem conviver com respeito”. É dele também o convite para que todos celebrem o dia pelas ruas da capital em paz e harmonia.

Foto: Maria Ana Krack/PMPA

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